sábado, 11 de janeiro de 2014

A Técnica Pé-na-Porta, ou, "Como induzir as pessoas a fazerem o que você quer".

"A técnica pé-na-porta é uma tática de submissão que envolve ter outra pessoa a aceitar uma requisição maior primeiramente por prepará-las fazendo-as aceitar uma requisição menor. A técnica Pé-na-porta é bem sucedida devido a uma realidade social humana que os cientistas chamam de "Aproximação sucessiva". Essencialmente, quanto mais um sujeito aceita pequenos pedidos ou compromissos, mais provável será dele continuar na direção desejada de mudança de atitude ou comportamento, e dele se sentir obrigado em continuar em aceitar pedidos maiores. PNP funciona primeiro conquistando um pequeno "sim", e então conquistando "sim" ainda maiores." 
Tradução de: http://en.wikipedia.org/wiki/Foot-in-the-door_technique
Explicação de como cultos funcionam prendendo pessoas dentro deles em poucas palavras. Use essa tática extensamente se você precisa prender pessoas na sua empresa/culto/ideologia/grupo de amigos. É a tática de grupos sem expressão de tentarem, sem agredir o adversário mostrando claramente os seus dogmas, de convencer novas pessoas para dentro de seu grupo. A igreja da Scientologia faz uso disso extensamente de acordo com que seus ex-membros alegam.

Tal tática deixa pastores apavorados (apesar deles mesmos a usarem) porque mostra como a tática pode ser usada fora do templo. Também é bem conhecida de líderes de qualquer outra organização, que sabe que influência externa pode destruir o grupo, e começa bem devagar.

O correto moralmente seria ter um grupo de pessoas que exista e se justifique independente da influência externa, porém o PNP dá margem a interpretação de que isso não é possível, já que mesmo que a influência seja errada, ela será eficaz. Isso dá mais combustível para que grupos de pessoas sintam que a única forma de proteger a sua própria existência é se isolando, e isolando os seus adeptos de outros grupos.

Vejo isso como outro viés cognitivo. Um defeito da mente. Outra barreira que os céticos devem sobrepor para se aproximar de uma realidade objetiva que pode ser dividida entre todos os grupos de pessoas.

Outra coisa: Quanto a necessidade de sobrevivência do grupo; me pergunto qual a necessidade de dar enfase a sobrevivência do grupo, e não dos seus indivíduos, já que vivemos em tempos tão pacíficos? Antes precisávamos de tribos para nos proteger... mas se cada vez mais expandimos nossos círculos de empatia com declarações de direitos humanos e outras lutas feministas e anti-racistas e anti-xenofóbicas, e até direitos dos animais, para que esse mecanismo retardado de proteger o grupo, e não proteger a si próprio, ou a própria humanidade? E isso não tem absolutamente nada a ver com a caridade, que sem a irracionalidade tribal, se estenderia sem limites a todos os seres segundo o que afirma por exemplo Peter Singer, já que empatia é uma habilidade humana que é independente do relacionamento tribal, mesmo que tendamos a ter empatia somente aqueles no nosso círculo próprio familiar e

Há porém, coisas boas nessa tática? Sim. Para fazer amigos isso é eficaz... você pode fazer coisas bem pequenas para que as pessoas gostem de você, e isso implica em pequenas invasões da privacidade do espaço das pessoas, como colocando a mão nelas, ou somente pedindo por pequenos favores, coisas como uma opinião ou um mero lápis. A reação humana é de ter maior carinho ao próximo que faz esses pequenos avanços, mas não provoca reação contrária se elas forem lentas o suficiente na sua progressão.

Nós sempre assistimos desenhos da Disney, ou filmes onde caras chatos se apegam a pessoas que os detestam, mas que no final uma relação forte de amizade surge. O cara chato do início exige que o de cara-fechada faça sacrifícios para atura-lo, e esses são os "chutes" do PNP.

Observe que o isolamento de grupos inibe bem a tática pé na porta. E é por isso que cultos precisam criar uma cultura própria e se isolar, não permitir que influências externas sejam necessárias. Não é a toa que Evangélicos inventam péssimas réplicas de estilos de músicas seculares na tentativa de fazer com que seus adeptos não sintam necessidade de buscá-las. (Ex.: White Metal, Funk Gospel, etc.)

É claro que isso parece mais um costume psicopático: estudar e deliberadamente usar uma coisa dessas em estranhos, mas também é uma ótima forma de se proteger e detectar quando estão usando essa técnica em você.

Outras fontes:
Richard Wiseman - Paranormality: Why we see what isn't there.

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